Oficina: Resistência indígena no Santuário do Pajés em Brasília (DF)
APRESENTAÇÃO
Esta Oficina de autoria coletiva foi elaborada na disciplina Prática de Ensino de História 2, sob orientação da profa. Susane Rodrigues de Oliveira, no segundo semestre de 2012. Trata-se de uma experiência desenvolvida no âmbito do projeto “América Indígena: Cultura Histórica e Ensino de História”, aplicado nas atividades de estágio supervisonado obrigatório em quatro escolas públicas do Distrito Federal.
Os resultados da aplicação desta oficina foram publicados no artigo:
OLIVEIRA, Susane Rodrigues de. História Indígena: Saberes Discentes, Práticas Escolares e Formação Docente no Distrito Federal. História & Perspectivas (Online), v. 53, p. 211-238, 2015. Link para download
OFICINA: RESISTÊNCIA INDÍGENA NO SANTUÁRIO DOS PAJÉS EM BRASÍLIA (DF)
TEMA
História Indígena no Distrito Federal (Brasília)
PÚBLICO ALVO
Estudantes do ensino fundamental (séries finais), EJA e Ensino Médio.
DURAÇÃO (TEMPO)
45 minutos a 1 hora.
OBJETIVOS
• Discutir com os alunos diferentes construções da histórica indígena, pautada no uso de fontes históricas distintas que direcionam o aluno para o desenvolvimento do pensamento histórico e a sua importância para a vida social;
• Proporcionar a compreensão do passado indígena a partir das evidências (indícios, pistas) disponíveis;
• Dar condições para que o aluno participe do processo de produção do conhecimento histórico sobre os indígenas do DF;
• Contribuir na formação do estudante enquanto cidadão crítico;
• Promover um ensino de história centrado na historicidade e no protagonismo das sociedades indígenas;
• Valorizar os estudantes como protagonistas da realidade social e da História, e como sujeitos ativos no processo de aprendizagem;
• Ler, comparar, debater e interpretar fontes históricas;
• Propiciar reflexões sobre a relação presente-passado e criar situações didáticas para que o estudante conheça e domine procedimentos de como interrogar obras humanas do seu tempo e de outras épocas (BRASIL, 1998, p. 86);
• Discutir o modo como as representações dos indígenas, presentes nas narrativas históricas, podem interferir na constituição das identidades e relações sociais no passado e no presente;
• Produzir sentidos e significados para o passado, estimulando a imaginação histórica dos estudantes, por meio da produção de textos em sala de aula.
RECURSOS DIDÁTICOS
Folhas brancas (A4), lápis e borrachas, além de uma seleção de fontes históricas composta pela música “Chegança” de Antônio Nóbrega , um vídeo de reportagem de TV (Canal ESPN, 5 minutos) e um envelope contento vários fragmentos de fontes históricas: cópias de três mapas (um anúncio publicitário da Terracap que localiza o Setor Noroeste, outro de como chegar ao Santuário e uma imagem de satélite produzida pela FUNAI mostrando a delimitação da reserva indígena do Santuário); uma charge do cartunista Mariosan sobre a demarcação de terras indígenas no Brasil; várias fotografias do Santuário dos Pajés e de indígenas presentes na época da construção de Brasília; trechos de reportagens de revistas online, sites e blogs; trecho da Constituição de 1988 sobre os direitos indígenas à terra; trechos de cartas e documentos oficiais da FUNAI; trechos de depoimentos dos próprios indígenas do Santuário dos Pajés; pequenas reportagens sobre as manifestações indígenas em Brasília e pequenos trechos de estudos acadêmicos.
TAREFA
Olá, você sabia que em Brasília existe uma comunidade indígena que luta pelo direito à terra, no novo bairro Setor Noroeste, ao lado da Asa Norte? Esta comunidade, conhecida como “Santuário Indígena dos Pajés”, vem sofrendo muitas injustiças e violências. A vida destes indígenas não tem sido nada fácil. Eles necessitam que a sociedade reconheça seus direitos sobre a terra que eles ocupam desde a década de 1950. Nesta oficina, o seu grupo tem uma tarefa: escrever uma carta que poderá ser publicada num jornal de sua cidade, explicando por que estes indígenas devem ter seus direitos à terra reconhecidos. Para escrever uma boa carta vocês vão precisar se informar sobre o passado. Para isso, leiam com atenção as pistas que se encontram dentro deste arquivo. Mãos à obra!
MÚSICA: “Chegança” de Antonio Nóbrega (https://www.youtube.com/watch?v=-6uGwQLD6A4)
VÍDEO: Copa do mundo 2014 ameaça Santuário Indígena em Brasília (https://www.youtube.com/watch?v=TK6vgR4Z5uY)
FONTES HISTÓRICAS - Arquivo para download (PDF)
- Trecho da Constituição de 1988 sobre os direitos indígenas à terra;
- Trechos de cartas e documentos oficiais da FUNAI;
- Trechos de depoimentos dos próprios indígenas do Santuário dos Pajés;
- Pequenas reportagens sobre as manifestações indígenas em Brasília;
- Pequenos trechos de estudos acadêmicos sobre o tema.
- Mapas (um anúncio publicitário da Terracap que localiza o Setor Noroeste, outro de como chegar ao Santuário e uma imagem de satélite produzida pela FUNAI mostrando a delimitação da reserva indígena do Santuário);
- Charge do cartunista Mariosan sobre a demarcação de terras indígenas no Brasil;
- Fotografias do Santuário dos Pajés e de indígenas presentes na época da construção de Brasília;
- Trechos de reportagens de revistas online, sites e blogs.
PROCEDIMENTOS
Na primeira etapa da oficina, a turma deve ser dividida em grupos de quatro a cinco discentes. Os professores devem entregar para cada grupo um envelope com as fontes históricas. Dentro desse envelope haverá uma carta TAREFA (veja acima). Antes de iniciar a leitura (em grupo) das pistas (fontes históricas - veja no quadro ao lado) que estão dentro do envelope, os discentes ouvem a música e assistem ao vídeo, mencionados acima. Depois eles se reúnem em grupo para fazer a leitura das pistas e escrever uma pequena carta de no máximo uma página. Após alguns minutos, os professores promovem em sala de aula a leitura coletiva das cartas produzidas pelos grupos e uma discussão sobre as diferenças e semelhanças entre as narrativas produzidas. Este debate serve para que os discentes percebam como funciona o processo de produção do conhecimento histórico, as múltiplas visões sobre o passado indígena e a importância da história na orientação das práticas sociais. Logo em seguida a oficina é encerrada.
BIBLIOGRAFIA
OLIVEIRA, Susane Rodrigues de. História Indígena: Saberes Discentes, Práticas Escolares e Formação Docente no Distrito Federal. História & Perspectivas (Online), v. 53, p. 211-238, 2015. Link para download